21/07/2012

veneno


Preciso de gritar. E quero que me deixes gritar. Quero-me desfazer em mil pedaços, em mil pedaços pequenos, que cortam como o vidro, e brilham como o espelho da Rainha Má, da Branca de Neve. Quero chorar, quero que as minhas lágrimas se cravem no teu coração como mil punhais, quero que tenhas tanto medo de mim como de um vampiro tem de estacas de madeira. Não sei se isto é sentir algo, mas que me dói o peito dói. Dói-me de esperar, dói-me de existir. Ao longo dos anos, conservei a minha existência numa caixinha de madeira. Sabes onde guardava a chave? No meu coração. Mas ele explodiu, e a chave desapareceu. Infelizmente, alguém a encontrou e abriu a minha caixinha de madeira - a minha alma desapareceu. Ganhou asas e desapareceu. Uniu-se com outra alma qualquer - já estava na hora de ela voar.
E fiquei sozinha. Só com o coração. Mas sem alma. O meu peito estava cada vez mais vazio e um nó na minha garganta começara a formar-se - apetecia-me vomitar. Vomitar até que o coração me saísse pela boca, seguido dos pulmões e de todo o vestígio de ti, dentro de mim. Mas, por outro lado, queria que fosses minha. Só minha. Não devias ser amiga de mais ninguém, só minha.
Vês, a criatura egoísta em que me tornei?! Só me importo comigo, com os meus próprios sentimentos. Se estiver bem, não quero saber. Mas se estiver mal, aí sim, sinto a dor, a palpitar, cá dentro, como se de um trampolim se tratasse. Mas, naquele dia, fizeste uma boa ação. Arranjaste um estratagema. O da maçã, sabes. Aquele, a que somos habituados desde crianças. É fácil, muito fácil. Basta encheres um caldeirão com os teus olhos, com o teu amor, com as tuas lágrimas, o teu maior sorriso, basta pores lá um bocadinho de ti, o mais pequeno que seja, e eu rendo-me. Trinco a maçã e caio no chão desamparada. Sozinha. Para um sono eterno, um sono sem reviravolta, onde tudo o que vemos é escuro e frio, morto e gelado. Queres saber outra coisa interessante? Nesta história, os 7 Anões não existem. Muito menos o princípe encantado. Eras minha, estivesse eu viva ou morta, tinhas de ser minha! Abro os olhos. Vejo-te ali, a olhares para mim. Sussuras, foi o melhor para ti.
Começo a asfixiar, aos poucos, com o teu cheiro; o teu belo sorriso, que anteriormente fora meu, queima-me os lábios; as tuas lágrimas assomam nos meus olhos e, minha Rosa, pela derradeira e última vez, o teu amor, esse, faz com que o meu coração dê a sua última e derradeira batida - morto, frio, gelado, envenenado.

5 comentários:

  1. AMO, TÁ PERFEITO. JURO-TE AMO, E SINTO-O OMG , OMG OMG OMG

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  2. Está perfeito! *o* Adoro a tua maneira de escrever, continua assim! ;)

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  3. escreves coisas mesmo lindas a serio. estas de parabens men. *-*

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  4. meu deus que lindo , quem me dera mesmo escrever cmo tu nádia <3

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  5. AMO COMPLETAMENTE , TIPO WOWOWOWOWOWOW.

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